O garçom que recebia ótimas “comissões”

O garçom que recebia ótimas “comissões”

Olá caro leitor, como vai? O post deste mês foi inspirado no livro “Armas da Persuasão” do mestre Robert Cialdini. A história escolhida retrata uma cena simples do nosso cotidiano e nos traz lições valiosas sobre estratégias de vendas: o atendimento de um garçom e sua busca desenfreada por boas gorjetas!
Post 33.1Antes de mais nada, vale lembrar que o salário de um garçom é baixo quando comparado com outras categorias e é fato que há uma clara oportunidade dele complementar sua renda com boas gorjetas.

Podemos dizer que um garçom é bem-sucedido quando ele presta um serviço de alta qualidade, quando ele entrega excelência no atendimento e quando ele deixa seu cliente totalmente satisfeito! Ser ágil, atencioso, educado, limpo, cheiroso e bem-apessoado, também são características fundamentais que corroboram com o seu sucesso.

E a mensuração de seu êxito vem de dois indicadores: o total da conta de consumo do cliente e o percentual deixado de gorjeta. É uma matemática simples: quanto maior a conta do cliente, maior a quantia que deverão receber numa gorjeta padrão. Sendo assim, os garçons podem usar estratégias para influenciar nesses dois pilares: aumentar a conta do cliente ou aumentar a porcentagem da gorjeta!
Post 33.2Na história extraída do best-seller de Robert Cialdini, o autor detalha que conheceu um garçom bem carismático que atingia em cheio esses dois objetivos – ele conseguia fazer com que os fregueses pedissem mais pratos e que dessem gorjetas mais polpudas. Isso significava que esse garçom se destacava por obter um rendimento bem superior ao dos demais funcionários daquele restaurante.

Vamos explorar suas estratégias e refletir se podemos trazer alguns desses aprendizados para o nosso dia a dia de vendas:

1 – O efeito camaleão

A primeira técnica utilizada pelo garçom bem-sucedido era sua abordagem personalizada. Ele não abordava todos os clientes da mesma maneira. Muito pelo contrário, ele tinha um repertório de abordagens diferentes e utilizava cada uma delas de acordo com o estilo de cada freguês.

Quando atendia uma família, por exemplo, era mais animado e engraçado, brincando com as crianças e com os adultos. Ao atender um casal de namorados mais jovem, tornava-se formal, elegante e requintado, com certo toque de superioridade, e se direcionava exclusivamente ao rapaz.
Post 33.3Já com um casal mais velho, mantinha a formalidade, porém, sem a soberba, abordando respeitosamente os dois membros do casal. Se o cliente estava sozinho, optava por uma abordagem cordial, comunicativa e calorosa.

Assim como um camaleão muda de cor de acordo com as circunstâncias do meio ambiente, o garçom fazia o mesmo, e isso o ajudava a criar uma conexão inicial com os mais diversos tipos de clientes que apareciam no restaurante. Algo como aquela velha máxima: “a primeira impressão é a que fica”.

2 – A técnica do prato mais barato

A segunda estratégia acontecia no momento da escolha dos pratos.
Post 33.4Quando a primeira pessoa fazia seu pedido, o garçom reagia sempre da mesma forma: franzia a testa, erguia as mãos sobre o bloco de pedidos e, após dar uma olhada rápida para trás a fim de se certificar de que o gerente não estava por perto, inclinava-se sobre a mesa e sussurrava: “Acho que este prato não está tão bom hoje. Em vez dele posso recomendar esta outra opção, ou ainda este daqui. Estão excelentes! O que acha?” As duas opções sugeridas eram mais baratas do que o pedido inicial e era aí que começava sua persuasão!
Post 33.5Com essa manobra simples, o garçom parecia argumentar contra seus próprios interesses, em prol do que era melhor para o cliente. Em vez de só pensar no próprio bolso, demonstrava ter em mente os interesses dos clientes. E mesmo aqueles que não aceitavam suas sugestões, sentiam que o garçom fizera um favor ao dar informações valiosas para ajuda-los a pedir o prato, que era inclusive mais barato.
Post 33.6Todos se sentiam gratos, o que aumentava significativamente suas chances dessa generosidade voltar mais tarde, na hora da gorjeta.

Além disso, essa técnica também lhe colocava na posição do cara que estava a favor dos clientes e que sabia exatamente o que estava e o que não estava bom naquela noite. Em outras palavras, era um garçom bem informado e honesto, ou seja, uma combinação que lhe dava bastante credibilidade.

3 – O cheque mate com as bebidas e a sobremesa

O terceiro e último passo de sua estratégia acontecia no momento de escolher as bebidas e a sobremesa. Já com credibilidade, ele perguntava aos clientes se eles “gostariam de sugestão de vinho para acompanhar os pratos”. E costumava obter muitos consentimentos e sorrisos como resposta. Dava até para ler os pensamentos dos clientes: “Claro! Você sabe o que é bom e barato. E está do nosso lado. Então, me diga logo…qual vinho devemos escolher?” Então, com ar satisfeito e seguro, o garçom sugeria algumas opções excelentes.
Post 33.7E ele era igualmente persuasivo na escolha da sobremesa. Clientes que normalmente não pediriam nada ou dividiriam com um amigo, eram incapazes de resistir às suas descrições arrebatadoras.

O garçom bem-sucedido!

Especialista, sincero e confiável! Bingo! O valor da conta final era alto, assim como o percentual de sua gorjeta! E o melhor de tudo: cliente satisfeito, garçom satisfeito e estabelecimento satisfeito!
Post 33.8
Interessante, não? Será que você pode levar algumas dessas estratégias para o seu negócio?

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