A síndrome da segunda-feira

A síndrome da segunda-feira

Existe algo que não pode faltar no dia a dia de um vendedor de sucesso: a rotina. É importante ter uma rotina estruturada, com planejamento, estratégia e ação, de modo que você consiga sempre ter clientes potenciais para trabalhar e, por consequência, entregar seus resultados com frequência e consistência.

Contudo, temos de reconhecer que a nossa rotina é, por muitas vezes, extenuante! Desgastante! Cansativa! Nós, que trabalhamos com vendas, temos pouco tempo pra comemorar, pra descansar ou apenas pra procrastinar. Isso porque a pressão por resultados está bem ali, no nosso cangote, nos movendo todo dia, toda semana, todo mês.

Isso me faz pensar na tal “síndrome da segunda-feira”. Muitos de nós trabalham aos finais de semana, mas digamos que o domingo seja o grande dia de folga. Quando ele chega, é só alegria. Mas qual será o sentimento que bate quando ele chega ao fim? Sabe aquele domingão à noite com a música do Fantástico de fundo? Que tipo de sentimento te domina? Algo como: “oba, amanhã tenho várias reuniões marcadas, diversos clientes interessantes para conversar…bora pra mais uma semana de realização”? Ou algo como: “putz, amanhã começa tudo de novo”, como se você estivesse colocando de volta uma bola de ferro presa ao seu tornozelo?

Muitas vezes, é normal acordarmos cansado na segunda-feira. Isso pode acontecer, porque você teve um final de semana movimentado, cheio de eventos. E a solução para isso é simples: algumas horas de sono a mais. Porém, se você costuma acordar frequentemente com um forte sentimento de stress, o buraco pode estar um pouco mais embaixo. Talvez você tenha perdido a razão pelo que você faz. Nesse caso, é necessário compreender o motivo pelo qual você deve continuar fazendo o que você faz. O fato é que uma pessoa que sofra demais com a chegada da segunda-feira, dificilmente está apenas cansada.

Assim sendo, quem começa o dia de trabalho com um nível de tristeza muito alto, precisa reinventar suas razões. Por que você faz o que você faz? Você o faz por admiração pelo seu líder? Você o faz pra obter o reconhecimento no mercado em que atua? O faz pelo status? Pelo dinheiro? Você faz o que faz para construir um mundo melhor? Para melhorar a vida das pessoas? Para mudar a sua vida? Por que você faz o que você faz?

A resposta desta pergunta provocativa vai lhe revelar a maior fonte de motivação que existe na natureza. Vai te dar clareza para a maior força de todas as forças: o amor. Quando você sente amor pelo que faz, tem o privilégio de trabalhar eufórico, feliz e motivado todos os dias da sua vida. Claro, altos e baixos acontecem, mas na sua maioria, você será movido por algo muito forte que vem do seu interior.

Recentemente, minha filha esteve internada na UTI pediátrica de um hospital com um grave problema respiratório. Não sei se você já teve o desprazer de acompanhar algum ente querido na UTI. Tem todo um desgaste emocional, devido à preocupação com o bem-estar de quem você ama. Tem todo um desgaste físico, pois você tem que dormir em uma poltrona desconfortável em um quarto gelado. Além disso, os enfermeiros entram para cumprir seus protocolos a cada 2 horas. Entram às 22h para medir a temperatura, entram às 0h para acompanhar a saturação, entram às 2h para dar remédio, entram às 4h para fazer inalação e assim por diante. Cada vez que eles entravam, tanto eu como minha filha acordávamos. E notei duas maneiras diferentes deles fazerem isso:

Alguns enfermeiros abriam a porta repentinamente, ascendiam aquela luz branca, não se importavam se estávamos dormindo e simplesmente cumpriam os protocolos. Eu tomava o maior susto e minha filha acordava chorando. Os enfermeiros estavam errados? Não, estavam cumprindo sua rotina.

No entanto, o clima de uma UTI já é bastante pesado. Será que eles poderiam conduzir tudo isso de outra forma? A resposta é sim! Haviam outros enfermeiros que abriam a porta delicadamente, perguntavam em tom baixo se poderiam cumprir com os protocolos, pegavam na minha filha com cuidado e com ternura. Executavam o que tinham que executar com um sorrisinho no canto da boca. Dava até pra ver coraçõezinhos voadores saindo pela mente deles. Isso acontecia porque eles trabalhavam com amor. Com amor genuíno, a mais forte de todas as forças.

Então, lhe pergunto novamente: por que você faz o que você faz? O que lhe desperta essa força chamada amor?

Se o amor é a fonte inesgotável de motivação, a monotonia é o que mata essa mesma motivação. A rotina, por si só, não precisa ser monótona. A rotina pode e deve ser algo estruturado, com processos, planejamento e ações. Porém, se o tédio começa a tomar conta da sua rotina, aí temos um problema. Você consegue identificar o tédio na sua rotina quando você passa a viver em um estado de distração. Ou seja, sem desafios. Você não presta mais atenção na sua rotina. Isso, por sua vez, te leva ao famoso piloto automático. Você passa a cumprir suas funções em um estado de distração, de maneira automática e robótica, sem raciocinar.

Se você está nesse ciclo vicioso, recomendo fortemente que invista energia nessa reflexão para descobrir por que você faz o que você faz. A resposta dessa pergunta lhe fará descobrir o amor, que é a fonte inesgotável de motivação.

A palavra motivação significa motivo para a ação. É algo que vem de dentro. São as suas razões para se engajar em algo e buscar o que lhe faz feliz. Não espere que seu líder lhe motive. Não espere que seus pais lhe motive. Não espere que ninguém lhe motive. Isso é algo seu, que vem de dentro.      

O que o seu líder, seus pais ou qualquer outra pessoa pode fazer é lhe estimular. O estímulo sim, pode vir de fora. Eles podem te provocar, te inspirar ou te impulsionar com os mais diferentes estímulos. Mas a motivação é só sua e é uma porta que se abre pelo lado de dentro. Brincando com as palavras, o estímulo é uma motivação externa e a motivação é o estímulo interno.

Portanto, se você sofre com a síndrome da segunda-feira, reflita sobre suas reais razões. Por que você faz o que você faz? Deixo abaixo 3 perguntas reflexivas pra te ajudar a começar a fazer esse exercício:

1 – Quando foi a última vez que você não conseguiu dormir por causa da sua empolgação a respeito de algo? (E por que esse algo foi tão importante para você?).

2 – Se você perguntar para os seus 5 melhores amigos, o que eles dirão que você faz de melhor do que qualquer outra pessoa? (Você pode se surpreender com as respostas e ter clareza de algo que você faz com amor e naturalidade, mas que nunca havia parado para pensar antes).

3 – Se caísse um 1 bilhão em sua conta amanhã, que tipo de projeto ou atividade você escolheria pelos próximos 5 anos? (Eliminando o fator “grana”, que muitas vezes é o que move o nosso atual mundo capitalista, qual será o ramo de atuação que te traz amor, prazer e alegria?).

O somatório dessas respostas pode te “dar um cheiro” de onde está a sua fonte inesgotável de motivação, ou seja, o amor!

Espero que você tenha muito sucesso e viva com muita alegria e motivação. Irradiante! Cheio de amor. Todos os dias da sua vida.

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