A estratégia do Oceano Azul

A estratégia do Oceano Azul

Você já ouviu falar da estratégia do oceano azul? Por meio de uma metáfora, os autores do livro de mesmo nome – W. Chan Kim e Renée Mauborgne – trazem reflexões de como é possível criar novos mercados e tornar a concorrência irrelevante!

O livro cita que existe o oceano vermelho, um lugar cheio de tubarões assassinos que promovem uma verdadeira carnificina e derramam muito sangue! Nesse tipo de mercado há muita concorrência e todos os competidores são percebidos da mesma forma. Isso significa que apenas o preço é importante! Quem vende mais barato, ganha! Você conhece algum mercado nesse estágio?

Já no oceano azul não há tubarão algum! Nem sangue! Você está livre para nadar sozinho em um mar azul e límpido! Isso significa que nesse mercado não há concorrência! É um mercado ainda inexplorado. Nesse contexto, a sua proposta de valor é única, o que torna a concorrência simplesmente irrelevante!

Um dos casos mais emblemáticos é o do Cirque du Soleil e como eles reinventaram o mercado de circos. Havia uma época em que os circos faziam muito sucesso; contudo, com o passar do tempo, começaram a aparecer muitas insatisfações por parte dos clientes. As crianças, por exemplo, que eram o público alvo dos circos, preferiam jogar vídeo games do que assistir mágicas. Os pais, que acompanhavam as crianças, sentiam forte desconforto com os bancos de madeira e ficavam indignados pelo uso de animais nos espetáculos.

Paralelamente a isso, as oportunidades de entretenimento, shows e jogos aumentavam a cada dia. Foi aí que o Cirque du Soleil decidiu fazer diferente! Tomou a decisão de não mais competir com todos os circos tradicionais! Tinha em mente que se quisesse superar todos os outros, precisava parar de lutar contra eles!

O Cirque du Soleil quebrou paradigmas e reinventou a roda da seguinte maneira: retirou os animais dos espetáculos, deixou de contratar os domadores mais renomados, elevou a sofisticação dos assentos com o intuito de melhorar o conforto para os clientes e, ao invés de oferecer humor barato, passou a oferecer um espetáculo de alto nível, como se fosse uma peça da Broadway. O público desse novo mercado era adulto, disposto a pagar preços bem mais altos, buscando uma experiência memorável! O Cirque du Soleil criou algo que ainda não existia! Criou um oceano azul! Não era um circo, nem teatro! Era um negócio novo.

Outro exemplo de Oceano Azul é o iTunes! Durante muito tempo compramos CDs de músicas! E fazíamos isso, porque gostávamos de uma ou duas músicas e, quando nos cansávamos delas, largávamos o CD em qualquer canto. E assim criávamos uma pilha de CDs na nossa estante.

Em 2003, a Apple se aventurou na música digital criando o iTunes, que permitia que os usuários baixassem somente suas músicas preferidas, em alta qualidade e a um preço justo! Com o surgimento do iTunes, os CDs se tornaram completamente irrelevantes!

Alguns anos mais tarde, o Spotify reinventou a mesma roda e criou um modelo de assinatura mensal, que dava acesso a qualquer faixa, de qualquer artista, permitindo a criação de playlists personalizadas! O Spotify criou um novo Oceano Azul e foi a sua vez de tornar o iTunes irrelevante! Qual será o próximo passo?

Podemos citar ainda o exemplo da Smart Fit! Quem nunca pagou uma fortuna naquela academia de bairro por um ano inteiro e frequentou pouquíssimas vezes? A mensalidade girava em torno dos duzentos reais, os equipamentos eram enferrujados, os professores só davam atenção para aquela menininha mais bonitinha e os processos eram totalmente arcaicos.

A Smart Fit, então, criou um modelo de academia com mensalidades extremamente baixas (R$49), com equipamentos de altíssima qualidade e em grande quantidade, e tornou os processos bem mais fáceis e automatizados. A Smart Fit reinventou o mercado de academias de ginástica e tornou a grande maioria das academias de bairro, irrelevante!

E por aí temos diversos outros exemplos de empresas que criaram, ou estão criando Oceanos Azuis, como é o caso do Waze, do Nubank, do Quinto Andar e tantas outras empresas!

Me parece que à medida que os oceanos vermelhos ficam lotados e as perspectivas de lucro se comprimem, as inovações surgem como afluentes que desembocam nos oceanos azuis, criando novas oportunidades!

De certa forma, podemos dizer que a maioria dos oceanos azuis é criada dentro dos próprios oceanos vermelhos, como uma evolução. Surge um novo negócio, logo aparecem os concorrentes e saturam o mercado, transformando-o em um Oceano Vermelho. Então, surge uma inovação ou uma reinvenção e um novo Oceano Azul se abre! E assim vamos vivendo, mudando e evoluindo! Em um mundo cada vez mais dinâmico, não é mais forte nem o mais inteligente que sobrevive, e sim, aquele que está mais disposto à mudança!

Que tal compartilhar?

Facebook
Twitter
WhatsApp
LinkedIn
Telegram
Email
Rolar para cima